Elisão fiscal: como reduzir a carga tributária da sua empresa?

Desculpa o que é e como fazer elisão fiscal, além de ver exemplos práticos do dia a dia corporativo!
2 de dezembro de 2024
11 min de leitura

Elisão fiscal é a prática legal de reduzir a carga tributária por meio de estratégias previstas na legislação, como o uso de incentivos fiscais, escolha de regimes tributários e planejamento financeiro eficiente, sem infringir a lei.

Você sabia que é possível reduzir legalmente a carga tributária da sua empresa e melhorar a saúde financeira sem correr riscos com a fiscalização? 

Essa prática, conhecida como elisão fiscal, é uma estratégia legítima que tem potencial para fazer diferença na gestão empresarial. 

A elisão fiscal ganha cada vez mais relevância no mercado, especialmente em um cenário no qual o Brasil está entre os países com as maiores cargas tributárias do mundo. Estima-se que as empresas brasileiras gastam, em média, cerca de 1.500 horas anuais apenas para atender às obrigações fiscais, de acordo com o relatório “Doing Business Subnacional Brasil 2021”.

O objetivo deste texto, portanto, é explicar em que situações é possível aplicar a elisão fiscal no planejamento financeiro empresarial e quais cuidados tomar para garantir a conformidade com as leis. Confira!

O que é a elisão fiscal?

A elisão fiscal é uma estratégia legítima utilizada por empresas para reduzir, dentro dos limites estabelecidos pela legislação, sua carga tributária. 

Ela envolve o uso de mecanismos legais — como incentivos fiscais, regimes tributários diferenciados e otimização da estrutura de custos — para pagar menos impostos de forma adequada e planejada.

Quando bem aplicada, a elisão fiscal se torna uma parte importante do planejamento financeiro empresarial, contribuindo diretamente para a saúde financeira da empresa. Ao revisar de maneira estratégica as obrigações fiscais, as empresas conseguem direcionar recursos de forma mais efetiva.

Qual é a diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal?

A principal diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal está na conformidade com a lei. 

A elisão fiscal é uma prática legal em que a empresa utiliza as possibilidades oferecidas pela legislação para reduzir sua carga tributária de forma estratégica e planejada, o que pode incluir o uso de incentivos fiscais ou o aproveitamento de benefícios previstos em diferentes regimes tributários.

Por outro lado, a evasão fiscal é ilegal e envolve práticas como a ocultação de receitas ou a falsificação de documentos com o objetivo de evitar o pagamento de impostos. A evasão pode resultar em penalidades severas, incluindo multas e até mesmo processos judiciais. 

Portanto, ao buscar formas de otimizar os tributos pagos, é importante garantir que a empresa esteja apenas adotando medidas de elisão fiscal — e assim não correr o risco de cair em práticas de evasão fiscal.

Em um planejamento financeiro empresarial bem estruturado, é essencial diferenciar claramente essas duas abordagens para aproveitar os benefícios da elisão fiscal de maneira segura, sem comprometer sua reputação ou saúde financeira. 

Quais são os tipos de elisão fiscal?

No contexto empresarial, a elisão fiscal pode ser praticada de diversas formas, dependendo das características da empresa e das opções previstas pela legislação tributária. 

Saiba mais a seguir.

Elisão fiscal por incentivos fiscais

Uma das formas mais comuns de elisão fiscal é a utilização de incentivos fiscais oferecidos pelo governo. Esses incentivos podem incluir isenções ou reduções de impostos para empresas que atendem a certos requisitos, como investimento em pesquisa e desenvolvimento ou contratação de pessoas em regiões específicas.

Exemplo: uma empresa que investe em tecnologia pode se beneficiar de incentivos fiscais, como a Lei do Bem, que oferece redução de impostos sobre a renda de empresas que realizam pesquisa e inovação tecnológica. Esse tipo de estratégia pode ser uma forma eficiente de reduzir a carga tributária enquanto contribui para o crescimento da empresa.

Elisão fiscal por reorganização societária

A reorganização societária é uma estratégia de elisão fiscal que envolve a reestruturação da empresa, seja por meio de fusões, aquisições ou cisões. Essa reorganização pode ser feita de forma a reduzir a carga tributária por meio de diferentes regimes fiscais e ajustando a estrutura de capital de maneira a otimizar os impostos.

Exemplo: uma empresa pode se dividir em duas, com cada uma assumindo uma parte do mercado e adotando regimes tributários diferentes. Isso pode resultar em uma menor carga tributária total, pois um regime pode ser mais vantajoso para determinado tipo de operação ou lucro.

Elisão fiscal por escolha de regime tributário

A escolha do regime tributário adequado também pode ser uma maneira eficaz de realizar a elisão fiscal. Dependendo do porte da empresa e da natureza de suas atividades, ela pode optar por regimes mais vantajosos, como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. 

Cada regime tem diferentes alíquotas e formas de apuração de impostos, e uma escolha estratégica pode resultar em uma economia significativa.

Exemplo prático: uma pequena empresa que fatura abaixo do limite estipulado para o Simples Nacional pode optar por esse regime e reduzir a sua carga tributária, já que ele oferece alíquotas mais baixas em comparação com o Lucro Presumido ou Real.

Elisão fiscal por planejamento contábil

O planejamento contábil envolve o uso de técnicas de contabilidade para adiar ou reduzir a incidência de tributos. Por meio de estratégias como a adequação do reconhecimento de receitas e despesas, a empresa pode otimizar sua base tributável. 

Esse tipo de elisão fiscal pode ser muito útil quando a empresa deseja postergar o pagamento de tributos para períodos mais favoráveis.

Exemplo: uma empresa pode adiar o reconhecimento de uma receita no final de um ano fiscal, transferindo-a para o próximo ano, de maneira que o impacto tributário seja reduzido, pois o imposto será pago em um exercício em que a empresa terá um desempenho melhor.

Elisão fiscal por planejamento de distribuição de lucros

Outra estratégia de elisão fiscal é o planejamento de distribuição de lucros. Ao escolher a melhor forma de distribuir os lucros da empresa, o empresário minimiza os tributos sobre esses valores. Em vez de pagar altos impostos sobre a distribuição de lucros, a empresa pode optar por reinvestir o lucro ou distribuir de maneira que minimize os impostos.

Exemplo: uma empresa pode optar por distribuir lucros de forma parcelada ao longo do ano, utilizando a isenção de Imposto de Renda sobre dividendos para sócios. Isso pode resultar em uma carga tributária menor, já que os dividendos são isentos de tributos, ao contrário dos salários.

Elisão fiscal por transações internacionais

Para empresas que realizam negócios internacionais, a elisão fiscal por transações internacionais pode ser uma forma interessante de otimizar a carga tributária. 

Empresas multinacionais podem estruturar suas operações em diferentes países com regimes fiscais mais vantajosos, aproveitando acordos internacionais de comércio e evitando a dupla tributação.

Exemplo: uma empresa brasileira pode abrir uma filial em um país com uma carga tributária mais baixa e realizar transações internas, como a venda de produtos ou serviços, para que a tributação ocorra em um regime mais favorável. Essa estratégia é comumente usada por grandes corporações para otimizar seus custos tributários globais.

Esses tipos de elisão fiscal podem ajudar a reduzir custos e melhorar a saúde financeira da empresa. No entanto, toda estratégia deve ser implementada com rigor e dentro dos limites da lei para garantir a segurança jurídica. 

6 cuidados e boas práticas na elisão fiscal

A elisão fiscal é uma estratégia legítima para reduzir a carga tributária, mas requer cuidados para garantir sua conformidade e eficiência. Confira 6 práticas essenciais para aplicar a elisão fiscal com segurança.

1. Mantenha a documentação atualizada

Manter a documentação atualizada é o primeiro passo para garantir que todas as estratégias de elisão fiscal estejam sendo corretamente aplicadas. 

Ter registros precisos e completos das transações fiscais e contábeis da empresa facilita a comprovação de que a elisão fiscal está sendo realizada dentro dos parâmetros legais. Além disso, uma documentação bem organizada e atualizada permite identificar oportunidades de melhoria na gestão tributária e facilita processos de auditoria.

2. Realize auditorias frequentes

Por falar nisso, as auditorias financeiras são indispensáveis para monitorar a conformidade das práticas fiscais com a legislação vigente. 

A realização de auditorias periódicas ajuda a identificar possíveis falhas ou inconsistências no processo de elisão fiscal, garantindo que a empresa não ultrapasse os limites legais. Além disso, as auditorias podem identificar possíveis áreas para aprimorar a gestão financeira empresarial.

3. Evite a subvalorização ou supervalorização de operações

A subvalorização ou supervalorização de operações pode ser uma tentativa de manipular a base tributária, o que é facilmente identificado pelas autoridades fiscais. 

Para evitar problemas, é importante que as transações e operações da empresa sejam registradas de forma exata, com base em valores justos e de mercado. Essa prática garante que a elisão fiscal não se transforme em uma violação, o que poderia resultar em sanções e prejuízos para a empresa.

4. Monitore a aplicabilidade dos incentivos fiscais

Os incentivos fiscais são uma excelente maneira de reduzir a carga tributária, mas é necessário monitorar constantemente sua aplicabilidade. 

Certifique-se de que sua empresa continua atendendo aos critérios para se beneficiar desses incentivos e que as condições para sua utilização não mudaram. Acompanhar a legislação tributária e o impacto de incentivos fiscais específicos no seu negócio pode resultar em uma economia significativa.

5. Considere os aspectos éticos

Em todas as práticas e decisão relacionadas à elisão fiscal devem-se considerar não apenas os aspectos legais, mas também os aspectos éticos. 

Adotar estratégias legalmente aceitáveis, porém questionáveis sob o ponto de vista ético, pode prejudicar a imagem da empresa e gerar conflitos com stakeholders. É importante que as decisões de elisão fiscal estejam alinhadas com os valores corporativos e que a empresa não se envolva em práticas que possam manchar a sua reputação ou comprometer a responsabilidade social.

6. Tenha o acompanhamento de especialistas

O acompanhamento de especialistas em tributação e planejamento financeiro é um cuidado básico para garantir que a elisão fiscal seja realizada de maneira eficiente e segura. 

Consultar profissionais com conhecimento específico em direito tributário e auditoria financeira assegura que as estratégias adotadas sejam implementadas corretamente, minimizando o risco de erros que possam resultar em problemas fiscais futuros. Especialistas também podem ajudar a identificar novas oportunidades para otimizar a carga tributária dentro da legalidade.

Adotar essas boas práticas mantém sua empresa dentro dos limites legais e vai além: garante um caminho seguro para maximizar os benefícios fiscais sem comprometer sua integridade e reputação.

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A elisão fiscal, quando praticada corretamente, é uma excelente estratégia para otimizar a carga tributária de uma empresa sem comprometer a conformidade com as leis. Ao adotar boas práticas, como manter a documentação em dia e realizar auditorias frequentes, a empresa fortalece sua saúde financeira e minimiza riscos legais.

Agora que você conhece os cuidados essenciais para aplicar a elisão fiscal com segurança, aproveite para dar um próximo passo na gestão financeira da sua empresa! 

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Tarina Lemmi
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