Como funciona a Estrutura de Capital e seus indicadores?

A Estrutura de Capital é, basicamente, a maneira como as empresas financiam suas operações, utilizando diferentes fontes de recursos. Saiba mais!
17 de outubro de 2023
14 min de leitura

Estrutura de capital é um conceito relacionado a como uma empresa faz o financiamento de suas operações por meio de diferentes recursos. Embora seja um assunto que gera muitas dúvidas, ela é algo extremamente importante no mundo dos negócios e no mercado financeiro.

Quando se trata de economia, todas as empresas estão expostas à volatilidade e incertezas de mercado que podem surgir pelo caminho.

Por esse motivo, é importante que as companhias tenham estratégias muito bem definidas para manter o negócio valorizado, como ter uma gestão de despesas eficiente ou manter o cálculo da estrutura de capital atualizado, por exemplo.

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Quer saber mais sobre o que é estrutura de capital e como seus indicadores são utilizadosno mundo corporativo? Então, continue a leitura e descubra tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

O que é Estrutura de Capital?

A estrutura de capital refere-se à forma como uma empresa financia suas operações e ativos por meio da combinação de capital próprio e capital de terceiros, como empréstimos, por exemplo. 

Em síntese, seu conceito está relacionado com a maneira como um negócio consegue equilibrar sua operação com recursos próprios (como investimentos de acionistas) e financiamento de agentes externos (como os de bancos). 

Para que serve a Estrutura de Capital?

A estrutura de capital é essencial para um negócio, já que não é possível saber qual é o real custo de capital de uma empresa. Portanto, seu objetivo é deixar claro o que os negócios fazem com seus diferentes tipos de recursos.

Vale destacar que, no geral, as empresas são formadas por dois tipos de capital, o interno – que vem do investimento de sócios – e o externo – como empréstimos e financiamentos, como já mencionamos.

Na prática, essa estrutura pode ser personalizada conforme as particularidades de cada empresa. Isso acontece especialmente porque o resultado está relacionado às estratégias de cada companhia.

Leia também: Previsão orçamentária: o que é e como fazer em 4 passos

Qual a diferença entre estrutura financeira e Estrutura de Capital?

É comum que as pessoas confundam estrutura financeira com estrutura de capital. Embora sejam termos que estão relacionados entre si, eles possuem diferentes características.

Entre as principais diferenças, podemos citar as seguintes:

  • A estrutura de capital faz parte da estrutura financeira;
  • Ambas estruturas são importantes e estão presentes no balanço financeiro de uma empresa. Contudo, a de capital está relacionada aos acionistas e passivos não correntes e a financeira às ações e passivos.

Qual a importância da Estrutura de Capital na empresa?

A estrutura de capital de uma empresa pode ser categorizada em duas opções: capital social e capital de terceiros. A seguir, vamos entender melhor como cada uma delas funciona.

Capital social

O capital social, ou capital próprio, é o dinheiro dos sócios investido no início das atividades do negócio. O valor a ser investido é estabelecido pelos próprios investidores e pode variar conforme os custos fixos e variáveis, os juros e a projeção de receitas.

Em outras palavras, o capital social trata-se de uma fonte fixa, o que não acontece no caso das dívidas, que podem ou não serem pagas.

Capital de terceiros

Quando o assunto é capital de terceiros, estamos falando sobre o que a empresa recebe por meio de empréstimos e financiamento. Isto é, esse capital envolve, sobretudo, as instituições financeiras. Nesse caso, o valor possui juros que garantem o lucro para a instituição que forneceu o empréstimo ou financiamento.

Muitas empresas fazem uso desse capital e existe um bom motivo para utilizá-lo: ele reduz o Imposto de Renda a ser pago. Por outro lado, é importante ter em mente que as dívidas podem gerar problemas se não forem pagas. 

Como funciona a Estrutura de Capital?

Todas as divisões e os patrimônios presentes na estrutura de capital também estão no balanço patrimonial da empresa. Logo, é possível incluir duas fontes de recursos: ações preferenciais e ordinárias e dívidas de curto e longo prazo.

Os ativos de uma companhia podem vir de qualquer um dos dois recursos. Porém, é importante saber como equilibrar essas fontes de capital.

Por exemplo: em um cenário onde os juros estão baixos, o capital externo se torna mais barato. Portanto, se torna mais vantajoso do que o capital próprio. Além disso, ter uma estrutura de capital composta de muitas dívidas pode ser um problema para os investidores.

Com isso, a empresa pode tanto atrair mais investidores ao gerar uma expectativa de crescimento, como afastar os investidores já que o cenário gera uma incerteza. Entretanto, as dívidas (financiamentos e empréstimos) são importantes para muitas empresas, já que a partir delas é possível iniciar e crescer negócios.

Outra questão importante é que as dívidas proporcionam vantagens fiscais, uma vez que ocorre o abatimento do Imposto de Renda no pagamento dos juros da dívida.

O que pode interferir na Estrutura de Capital da empresa?

A estrutura de capital de uma empresa pode ser interferida tanto por cada tipo de capital, quanto por questões internas da organização.

Para ficar mais claro, confira algumas das principais variáveis que podem interferir na estrutura de capital:

1. Lucratividade

Quanto mais lucratividade uma empresa tiver, maiores serão as chances dela obter financiamentos e empréstimos. Afinal, ela mede o quanto uma empresa consegue gerar de lucro com seus esforços, e quanto maior for esse indicador, melhor.

2. Crescimento potencial

Quanto maior for a capacidade do negócio crescer, maior também pode ser a sua necessidade de precisar de capital externo para alavancar sua expansão.

3. Volatilidade

Quanto mais volátil a organização for, menores serão suas chances de obter capital externo.

4. Tamanho da empresa

Quanto maior uma companhia for, maiores serão suas chances de obter capital externo, o que, consequentemente, aumentará suas dívidas.

5. Oportunidade de crescimento

Empresas que possuem um crescimento baixo têm maiores chances de receberem investimentos.

Quando se trata de estrutura de capital de uma empresa, é necessário considerar todos os aspectos citados acima. Com isso, é possível ter mais chances de obter capital externo com cada um deles.

O que são indicadores de Estrutura de Capital?

Os indicadores de estrutura de capital servem para demonstrar qual o nível de dependência de fontes internas e externas de recursos que uma empresa utiliza para potencializar suas atividades. 

Eles possibilitam comparar diferentes companhias para compreender quais possuem uma gestão de endividamento segura.

Quais são os indicadores da Estrutura de Capital?

A estrutura de capital tem seus próprios indicadores. No caso dos investidores, eles são muito importantes para analisar empresas entre si.

Além disso, os indicadores podem demonstrar qual é o tamanho de dependência do capital interno e externo e, com isso, definir estratégias para que as operações do negócio sejam alavancadas.

Confira os principais indicadores da estrutura de capital:

Endividamento geral

O endividamento geral é uma métrica que analisa a proporção de dívidas de uma companhia em relação ao seu capital próprio e de terceiros, fornecendo uma visão ampla do nível do endividamento e considerando também suas obrigações financeiras. 

Sua fórmula é a seguinte:

Endividamento Geral = (Passivo Total) / (Patrimônio Líquido)

Vale ressaltar que o passivo abrange todas as obrigações da empresa em curto e longo prazo. O patrimônio líquido refere-se ao valor total dos recursos próprios dos acionistas.

Endividamento com terceiros

O endividamento com terceiros é um indicador que mede a parcela das dívidas de um negócio em relação ao seu capital próprio, deixando de incluir as obrigações de curto prazo.

Essa métrica apresenta a dependência de dívidas de longo prazo e ajuda a compreender a proporção de financiamento de longo prazo em relação ao capital próprio. 

Sua fórmula é a seguinte:

Endividamento com Terceiros = (Passivo Não Circulante) / (Patrimônio Líquido)

O  passivo não circulante inclui as dívidas de longo prazo, como empréstimos, títulos e financiamentos.

Composição do endividamento

A composição do endividamento está associada com a distribuição das dívidas em diferentes tipos de credores, como empréstimos bancários, emissão de títulos, etc. 

Ela permite uma avaliação mais precisa sobre as diferentes fontes de financiamento de terceiros no passivo total da empresa. 

Sua fórmula é a seguinte:

Composição do Endividamento = (Valor de um tipo específico de dívida) / (Passivo Total)

Imobilização de recursos não concorrentes

A imobilização de recursos não concorrentes é um indicador que demonstra a proporção de dinheiro investido em ativos que não estão ligados com a operação principal da empresa. 

Ela ajuda a compreender o quanto da estrutura de ativos da companhia está destinada para áreas não relacionadas ao seu negócio central.

Sua fórmula é a seguinte:

Imobilização de Recursos Não Concorrentes = (Ativos Não Circulantes Não Operacionais) /(Ativos Totais)

Os ativos não circulantes não operacionais são investimentos em negócios relacionados, propriedades de investimento e outros ativos que não possuem relação com a operação principal da companhia. 

Qual é a relação entre a Estrutura de Capital e o balanço patrimonial?

A estrutura de capital de uma empresa está relacionada à maneira como ela financia suas atividades e ativos, sendo composta pelo capital próprio e pelo capital de terceiros.

Já o balanço patrimonial é uma demonstração financeira que diz respeito à estrutura de capital de um negócio, apresentando os ativos, passivos e o patrimônio líquido, que é a soma do capital social da empresa. 

Para encontrar a estrutura de capital por meio do balanço patrimonial, você precisará somar o capital social ao passivo não-circulante, que é a parte do passivo de longo prazo. Esse cálculo apresenta a divisão entre o capital próprio e o capital de terceiros da empresa, demonstrando como ela se financia.

Sendo assim, a estrutura de capital é obtida no balanço patrimonial por meio da soma do capital social com o passivo não-circulante. Encontrar essa estrutura ajuda a empresa a compreender como ela obtém recursos para suas atividades e como está a sua solidez financeira e capacidade de pagamento de dívidas. 

Como seria uma boa Estrutura de Capital para uma empresa?

Uma boa estrutura de capital pode variar de acordo com o tamanho da empresa, tempo de operação, oportunidades de crescimento, perfil de risco e outros aspectos. Contudo, uma boa estrutura de capital deve ter um equilíbrio saudável entre capital próprio e capital de terceiros. 

Dessa forma, não há aumento do risco financeiro da empresa, em casos de excesso de dívidas, e nem limitação das oportunidades de alavancar os negócios, nos casos de uso de capital próprio. 

Além disso, é importante que essa estrutura seja flexível. Assim, quando necessário, a empresa pode obter financiamento adicional para lidar com imprevistos e outras situações. 

Para uma boa estrutura de capital, a gestão de risco deve ser eficiente, entendendo a capacidade de pagamento de juros e analisando o custo do capital de terceiros em relação ao retorno sobre os investimentos.

Somado a isso, ela deve estar alinhada à estratégia de negócios da empresa e estar em conformidade com requisitos regulatórios e contratuais.

Como avaliar a Estrutura de Capital de uma empresa?

Para avaliar a estrutura de capital de uma empresa, é fundamental conhecer o índice de Endividamento Total/Patrimônio e o índice de Cobertura de Juros. 

O índice de Endividamento Total/Patrimônio faz a comparação do financiamento de terceiros com o financiamento próprio da empresa. 

Por exemplo: um índice mais elevado revela maior alavancagem, podendo ampliar os lucros, mas também aumentando o risco financeiro. 

Em contrapartida, um índice mais baixo está relacionado com uma estrutura de capital mais conservadora, ou seja, a empresa tem menos dependência de dívidas para operar.

Para fazer uma análise correta da estrutura de capital, o índice de cobertura de juros também precisa ser levado em consideração, já que ele avalia a capacidade da empresa de pagar suas despesas de juros com os lucros gerados. 

Lembrando que a análise desses índices deve ser feita considerando o perfil da empresa, contexto e o setor de atuação. 

Como melhorar a Estrutura de Capital?

Para melhorar a estrutura de capital, você precisa otimizar a relação entre o financiamento próprio e o financiamento de terceiros, pois isso aumenta a saúde financeira e a flexibilidade do seu negócio.

Sendo assim, é necessário reduzir o endividamento excessivo, que pode ser feito por meio do refinanciamento de dívidas com taxas de juros mais baixas ou a ampliação de prazos de pagamento, por exemplo.

Outra alternativa é usar fontes alternativas de financiamento, como investimento de acionistas, reduzindo a dependência de dívidas. 

Para melhorar a estrutura de capital, a empresa também pode reter lucro e reinvestir para fortalecer o patrimônio líquido.

Outras dicas são: adotar uma gestão financeira eficiente, controlar custos operacionais e aumentar o fluxo de caixa por meio da redução de despesas e aumento das vendas. 

Por fim, alinhe a estrutura de capital com as metas de longo prazo da empresa para encontrar um equilíbrio entre risco e retorno.

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Depois de ler o artigo, ficou mais fácil de entender o quanto é importante acompanhar e melhorar a estrutura de capital de uma empresa.

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Tarina Lemmi
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