Você sabe o que é composição do endividamento, qual a sua fórmula e como interpretá-la? Este é um indicador que demonstra a relação de dívidas de um negócio, sendo muito importante para o gerenciamento financeiro.
Além do próprio capital, muitas empresas também contam com o investimento de terceiros, com isso, é necessário compreender o que é a composição do endividamento.
O capital de terceiros é importante para que os negócios possam se desenvolver e crescer no mercado. Entretanto, é extremamente importante realizar a gestão de despesas e acompanhar as dívidas para evitar que a empresa sofra com problemas financeiros no futuro.
Utilizar o investimento de terceiros para obter o crescimento do negócio não é algo ruim, na verdade, é uma decisão que pode gerar ótimos resultados. Porém, quando o endividamento fica muito alto, pode ficar difícil para o empreendedor quitar todos os seus compromissos.
Neste artigo, falaremos sobre o que é a composição do endividamento e daremos dicas sobre como gerenciar as dívidas da sua empresa. Boa leitura!
O que é a Composição do Endividamento de uma empresa e por que é importante entendê-la?
Como já mencionamos, a composição do endividamento nada mais é do que um indicador que demonstra a relação entre as dívidas de um negócio.
Esse indicador costuma ser utilizado pelos gestores para traçar estratégias e gerenciar as dívidas da empresa. No entanto, também é frequentemente analisado por investidores, especialmente para tomadas de decisão relacionadas a investimentos em organizações.
De maneira simples, as empresas podem criar dívidas junto a terceiros, como bancos, fornecedores e investidores, por exemplo. Isso pode ser feito no curto e longo prazo.
No caso de curto prazo, são dívidas que precisam ser pagas em menos de 12 meses. Alguns exemplos são: pagamento de fornecedores e empréstimos com pagamento em até 12 meses.
Já no caso das dívidas de longo prazo, o pagamento pode ser feito em um prazo superior. Alguns exemplos de endividamento feito a longo prazo são financiamento de maquinário e de veículos.
Aqui está uma lista com alguns tipos de dívidas que compõem o endividamento em empresas.
Empréstimos bancários
Um dos tipos de dívidas mais comuns são os empréstimos bancários, tanto para pessoa física quanto jurídica.
No caso de empresas, existem diferentes possibilidades de empréstimos, de acordo com cada instituição financeira.
Debêntures
Embora não sejam tão conhecidos pelas pessoas físicas, os debêntures são comuns no mundo dos negócios. Eles são títulos de dívidas, emitidos por empresas de capital aberto na bolsa de valores.
Em outras palavras, debêntures são um tipo de investimento de renda fixa que proporciona juros futuros.
Financiamentos
Os financiamentos acontecem quando um banco ou outra instituição financeira empresta uma determinada quantia de dinheiro a uma pessoa física ou jurídica para que uma compra seja feita.
É muito importante não confundir financiamento e empréstimo. Enquanto empréstimo de dinheiro ao cliente, o financiamento tem como objetivo financiar uma compra.
Leasing
O leasing funciona como um tipo de aluguel, possibilitando que as empresas possam utilizar produtos específicos.
Com essa opção, o seu negócio não precisa ter um investimento inicial para se modernizar, por exemplo. A transação é feita por meio de contrato, que ao ser finalizado, oferece a possibilidade da empresa comprar os produtos que já estão sendo utilizados.

Como calcular a Composição do Endividamento?
A composição do endividamento é representada por porcentagens e pode ser calculada da seguinte maneira:
Composição do Endividamento (%) = (Dívida Total / Ativos Totais) x 100
Além de conhecer a fórmula da composição de endividamento, é necessário compreender seus componentes.
A dívida total reúne todas as obrigações de pagamento, incluindo empréstimos, financiamentos, títulos de dívida, etc.
Já no caso dos ativos totais, são todos os bens e recursos que uma companhia tem, como ativos fixos, que são os equipamentos e imóveis, e ativos circulantes, como estoque e contas a receber, por exemplo.
Para não restar nenhuma dúvida sobre a composição do endividamento e fórmula, confira um exemplo de cálculo:
Vamos supor que uma empresa tenha uma dívida total de R$ 500.000 e seus ativos totais chegam a R$ 1.000.000.
Composição do Endividamento (%) = (500.000 / 1.000.000) x 100
Composição do Endividamento (%) = (0,5) x 100
Composição do Endividamento (%) = 50%
Neste caso, a composição do endividamento é de 50%. Ou seja, metade dos recursos que a companhia tem para operar são oriundos de dívidas, enquanto a outra metade é proveniente de outras fontes, como o capital próprio, por exemplo.
Como a CE é usada?
Entendendo o que é composição do endividamento e conhecendo sua fórmula, é importante compreender como ela pode ser usada.
Utilização por gestores
A composição do endividamento pode ser usada por gestores quando ela está alta, o que requer capital a curto prazo. Nesse caso, o gestor pode fazer uma renegociação de prazos de amortização da dívida ou até mesmo uma captação de recursos de terceiros.
Além disso, ela também pode ser usada para a tomada de decisões relacionadas ao financiamento de projetos, aos pagamentos que devem ser feitos de maneira estratégica e também para compreender a flexibilidade financeira da empresa.
Utilização por investidores
A composição de endividamento também pode ser utilizada por investidores para analisar a saúde financeira de uma companhia no sentido de entender se ela tem condições de cumprir suas obrigações financeiras ou não.
Somado a isso, ela também pode ser um instrumento de análise sobre a qualidade financeira da empresa para realizar um investimento.
Os impactos da Composição do Endividamento no balanço financeiro da empresa
A composição do endividamento pode gerar diversos impactos no balanço financeiro da empresa – positivos e negativos. Por exemplo: ao obter um empréstimo, o impacto é positivo. No entanto, caso ele não seja pago, a empresa ficará inadimplente.
Dito isso, aqui estão algumas questões importantes que você precisa ter atenção para evitar o risco de inadimplência.
Custo médio ponderado de capital (WACC)
Na contabilidade, o termo WACC (Weighted Average Capital Cost) é frequentemente utilizado para fazer a medição do retorno de investimentos.
O WACC é o custo médio ponderado de capital, que representa a taxa de desconto ou o custo de capital que foi utilizado em uma análise de retorno.
Risco financeiro
Outra questão muito importante a ter em mente é o risco financeiro da composição do endividamento.
O gestor precisa ter atenção, principalmente, no caso da dívida que deve ser paga no curto prazo. Quanto maior for esse número, mais dificuldades o negócio pode enfrentar para pagar todos seus compromissos.
As estratégias para gerenciar e otimizar a Composição do Endividamento
Definir estratégias para fazer um bom gerenciamento e otimização da composição de endividamento é essencial para que a sua empresa não tenha problemas financeiros com essa questão.
Pensando nisso, aqui estão algumas dicas para você fazer o controle do endividamento do seu negócio.
Diversificação de fontes de financiamento
Não invista em apenas uma fonte de financiamento. Inclusive, dependendo do seu objetivo, vale a pena pesquisar diferentes opções.
No entanto, ao fazer isso, lembre-se que você também terá mais que uma dívida para pagar. Logo, é extremamente importante que, sim, a sua empresa se beneficie com diferentes financiamentos, mas que ela também mantenha as finanças organizadas.
Renegociação de dívidas
Se a sua empresa está com muitas dívidas e você sabe que não poderá cumprir os pagamentos dentro do prazo, é essencial que procure os fornecedores, bancos ou outras instituições financeiras para renegociar os valores em aberto.
Dessa maneira, além de não ficar inadimplente, você também pode aproveitar condições especiais, que ajudarão a aliviar as suas finanças corporativas.
Redução de custos financeiros
Por fim, mas não menos importante, também é necessário que o departamento financeiro da sua empresa mantenha-se em alerta para a redução de custos.
Muitas vezes, as organizações observam apenas os custos mais altos e não dão a devida atenção aos gastos menores, mas que acontecem com frequência.
Por exemplo: as despesas com viagens corporativas podem gerar um alto custo ao negócio. Outro fator é o uso de cartão corporativo, que se não for controlado e organizado, também pode gerar prejuízos financeiros.
Tudo isso somado ao endividamento pode proporcionar inúmeros problemas a uma empresa.
O que saber além da Composição de Endividamento?
A composição do endividamento é um indicador importante para analisar a saúde financeira de uma empresa, porém, há outros aspectos que devem ser considerados.
Um deles é conhecer o setor de atuação da empresa, entendendo os fatores macroeconômicos que podem afetar o segmento, as tendências de mercado, as regulamentações governamentais e os ciclos econômicos.
É importante analisar ainda as vantagens competitivas do negócio, fazendo análises de marca, tecnologia, patente e outros fatores que proporcionam uma posição sólida da companhia.
A empresa também deve levar em consideração as demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa, já que eles fornecem dados essenciais sobre o desempenho da companhia.
Fique de olho também em outros indicadores, como margem de lucro e retorno sobre o patrimônio líquido, para analisar a eficiência operacional e a saúde financeira da empresa.
Por fim, considere ainda os riscos relacionados aos negócios da empresa, como mudanças regulatórias e volatilidade de mercado, por exemplo.
Quais são os indicadores de endividamento?
Você já entende o que é composição de endividamento e conhece sua fórmula. gora, vamos compreender quais são os outros indicadores envolvidos no endividamento.
Participação de Capitais de Terceiro (PCT)
O PCT revela o quanto de recursos da empresa provém de fontes de financiamento externas, possibilitando uma avaliação sobre o nível de endividamento.
A sua fórmula é a seguinte:
PCT = (Passivo Circulante [endividamento de curto prazo] + Exígivel de longo prazo) / (Passivo Circulante + Exigível a longo prazo [endividamento de longo prazo] + Patrimônio Líquido)
Quanto maior o PCT, maior será o nível de endividamento.
Composição do Endividamento (CE)
O CE, como já vimos antes, demonstra a concentração da dívida de uma empresa no curto prazo. Nesse sentido, quanto maior a concentração, mais dificuldade a companhia terá para pagar suas dívidas.
Por outro lado, quanto menor a concentração de dívida no curto prazo, mais tempo o caixa da empresa terá para agir diante de uma oscilação de mercado.
A fórmula é a seguinte:
CE = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo)
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
A IPL avalia quanto do patrimônio da empresa está imobilizado, tornando menos recursos disponíveis.
IPL = Imobilizado / Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRPL)
A IRPL revela quanto dos recursos de longo prazo e do patrimônio líquido são aplicados em ativos imobilizados.
A fórmula é a seguinte:
IRPL = Imobilizado / (Exigíveis de Longo Prazo + Patrimônio Líquido)
Índice de Endividamento Geral (EG)
Essa métrica compara o endividamento total da empresa com seu ativo total, indicando o grau de alavancagem.
A fórmula é a seguinte:
EG = (Capital de terceiros / Ativos totais) x 100
Índice de Endividamento Financeiro (EF)
O Índice de Endividamento Financeiro apresenta a relação entre a dívida com terceiros e os valores investidos pelos acionistas.
A fórmula para cálculo é a seguinte:
EF = (Dívida Bruta / Patrimônio Líquido) x 100
Para que servem os indicadores de endividamento?
Os indicadores de endividamento são usados para analisar o nível de dívidas de uma empresa, sendo métricas essenciais para averiguar a capacidade da uma empresa de pagar as suas dívidas.
Além disso, eles também servem para que a empresa possa saber como anda a sua saúde financeira em relação aos recursos de terceiros, possibilitando que investidores e gestores tenham conhecimento do grau de dependência de uma companhia em relação ao financiamento externo.
Ao analisar essas métricas, é possível compreender qual é a capacidade da empresa de quitar seus compromissos financeiros, assim como os riscos relacionados ao nível de endividamento.
Por meio desses indicadores, gestores financeiros conseguem tomar decisões mais estratégicas e seguras no caso de contratação de empréstimos, investimentos e outras ações.
Como analisar os indicadores de endividamento?
A análise dos indicadores de endividamento requer a correta interpretação dos valores dessas métricas, portanto, é importante compreender seus diferentes aspectos.
Na hora de fazer a avaliação, lembre-se que os valores positivos indicam que a empresa utiliza recursos de terceiros para financiar suas operações.
Porém, é preciso ter em mente que um endividamento alto pode representar risco ao negócio. Já no caso do endividamento baixo, pode revelar que há uma falta de investimento financeiro.
Lembre-se sempre que, quanto maior o valor de indicadores, como (PCT) e (EG), maior será a necessidade de financiamento externo, aumentando os riscos e também os custos financeiros.
Além disso, é importante compreender as relações entre os indicadores de endividamento.
Por exemplo: uma correlação positiva entre PCT e CE quer dizer que, na medida em que o uso de recursos de terceiros aumenta, a concentração da dívida no curto prazo também poderá apresentar crescimento, indicando maior vulnerabilidade financeira.
Sendo assim, é essencial analisar esses indicadores de forma conjunta, levando em consideração também o contexto da empresa e do setor de atuação.
O que fazer para evitar o endividamento?
Para evitar o endividamento elevado, é preciso monitorar de maneira constante os indicadores de endividamento, como a Participação de Capitais de Terceiros (PCT) e a Composição do Endividamento (CE).
É importante ainda manter os indicadores equilibrados, evitando concentrações excessivas de dívida no curto prazo.
Outra dica valiosa é definir um orçamento sólido e acompanhar continuamente as despesas e receitas da empresa, garantindo que há dinheiro suficiente para o pagamento dos compromissos financeiros.
Tenha também uma política rigorosa de crédito, monitorando os prazos de pagamento de clientes e negociando prazos favoráveis com fornecedores.
Por fim, tenha uma reserva de emergência para cobrir eventuais imprevistos financeiros, evitando que a empresa contraia uma dívida para pagar as contas e que isso se torne um ciclo sem fim.
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Agora, você já sabe que a composição do endividamento é um indicador que deve fazer parte das análises financeiras de uma empresa; afinal, estamos falando de algo que demonstra a quantidade de dívidas que uma companhia possui.
E quando o endividamento de uma empresa se torna grande e sem controle, especialmente para pagamentos a curto prazo, é necessário reavaliar os compromissos. Assim, é possível definir estratégias para que eles sejam pagos, como a renegociação de dívidas.
Conclusão
Acompanhar a composição do endividamento é essencial para garantir a saúde financeira da sua empresa. Então, fique de olho sempre nesse indicador!
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