Não é segredo que o valor final ao consumidor é formado pela combinação de preços fixos e variáveis. Afinal, a formação de preços deve levar em consideração todos os gastos que a empresa tem entre custos fixos e variáveis.
Além disso, para se ter uma visão voltada ao lucro, ou seja, voltada ao resultado, é necessário acompanhar de perto os gastos fixos e variáveis que se tem mensalmente. Pois, somente assim é possível identificar os resultados que realmente estão sendo obtidos.
Quando falamos de prestação de serviços, essa medição acaba se tornando algo mais abstrato e mais difícil de entender e observar.
Quais custos devo atrelar ao preço da prestação de serviços? Como realizo o custeio para conseguir formar um preço justo do meu serviço?
Neste artigo, iremos te ajudar a identificar esses custos com preço fixo e variável e como fazer o cálculo do valor de venda. Acompanhe e boa leitura!
O que são custos com preço fixo e variável?
Em primeiro lugar, e como já falamos anteriormente, para saber quais são os custos da empresa e, assim calcular a precificação, é importante saber quais são os custos da empresa e o que tem preço fixo e variável.
Veja abaixo uma definição desses termos:
- custo fixo: como sugerido é aquele que não sofre variação. Ou seja, obedece uma constância mês a mês, independente do volume de produção ou prestação de serviços.
Alguns desses custos são os tributos, salário dos funcionários, aluguel, gastos com segurança, luz (mesmo havendo variação, a luz é um custo fixo, pois é cobrada todo mês e possui uma média estabelecida), entre outros.
- custo variável: sofre alteração de acordo com o volume de produção ou prestação de serviço.
Por exemplo, matéria-prima, horas extras, comissão sobre vendas, conserto de equipamentos, entre outros.
Saber diferenciar esses custos é importante para manter as finanças sob controle, identificar gargalos e oportunidades de economia, além de ajudar na precificação dos produtos e serviços.
Para isso, antes é necessário fazer o levantamento de todas as despesas da empresa em um determinado período.
Em seguida, criar um relatório de despesas fixas e variáveis e organizar uma planilha para observar a variação mensal.
Quando um custo fixo se torna variável?
Existem alguns custos que, mesmo sendo fixo, ou seja, tendo a necessidade de pagar todos os meses, o valor a ser quitado varia conforme alguns fatores.
Como é o caso do imposto referente ao faturamento.
Nessa situação, a receita da empresa é gerada uma parte por entradas com contratos (considerado custo fixo) e outra por entradas de vendas (custo variável).
Como calcular custo fixo e custo variável?
Para fazer o cálculo dos custos agregados ao preço fixo e variável é imprescindível compreender os conceitos que explicamos logo acima.
Assim, será possível identificar em qual categoria cada custo se encaixa, para fazer a soma adequadamente e manter o planejamento de receita da empresa.
Para isso, você pode seguir 4 pontos simples:
- Os custos fixos podem ser identificados como aqueles que tendem a se repetir todos os meses. Inclui, por exemplo, aluguel, IPTU, salário dos funcionários, entre outros. Para saber o gasto fixo da sua empresa é só somar todos esses valores.
- Os custos variáveis devem variar de acordo com a produção e, portanto, deve ser feito um levantamento mais minucioso e detalhado para identificá-los. No caso da prestação de serviços, ele pode ser, por exemplo, o gasto com deslocamento até o local onde o serviço será prestado.
- Depois de identificar todo os custos de preço fixo e variável, basta somá-los para obter o custo total da sua produção.
- E se quiser saber qual é o custo por unidade, é só dividir esse total pela quantidade produzida no período analisado.
Com esses dados em mãos é mais fácil saber como calcular o preço de venda do produto ou calcular o custo da prestação de serviço.
Esse método que explicamos é conhecido como custeio por absorção, e diz respeito a quando o produto ou serviço absorve todos os custos envolvidos no processo produtivo.
Além do mais, esse método é o único admitido legalmente no Brasil.
Uma dica para não errar nos cálculos ou deixar passar alguma despesa, e ao mesmo tempo desenvolver uma visão mais voltada ao resultado, é ter um relatório de despesas fixas e variáveis e sempre fazer uma verificação mensal desses gastos.
Além disso, também é preciso sempre monitorar os KPIs financeiros e seus indicadores de desempenho financeiro. Diretamente ligado aos custos, pode-se medir os indicadores de rentabilidade.
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O que é markup e como isso pode ajudar?
Agora que já ficou claro os custos na prestação de serviços e o que são preço fixo e variável, podemos aprender mais sobre o markup. Já ouviu falar?
Markup é um índice que auxilia no cálculo de orçamento de serviços e produtos. Quando aplicado sobre o custo de um produto ou serviço, indica o seu valor de mercado, ou seja, o seu preço de venda.
Com isso, é possível realizar o cálculo de um valor que abranja o custo fixo e variável, garantindo sua margem de lucro.
Uma vez definido o valor de venda é possível confrontá-lo com a realidade do mercado.
Se nessa comparação for verificado que esse valor final é incompatível com o preço médio do mercado, então é um indicativo de que alguma coisa está errada internamente.
Nesses casos, os problemas mais comuns são:
- critérios de formação do custo incorretos;
- valores de compra de matéria prima fora da realidade;
- margem de lucro superdimensionada ou subdimensionada.
Por que usar o markup?
É importante ter em mente que a definição errada do valor de venda pode comprometer a sustentabilidade do negócio, gerando problemas financeiros na empresa.
Valores acima da média do mercado podem reduzir o número de compradores e valores muito abaixo da média podem gerar insegurança em relação à qualidade.Portanto, é fundamental haver um equilíbrio.
Dessa forma, o Markup ajuda corrigir o preço com a antecipação necessária para garantir a competitividade e alcançar o resultado desejado.
Além disso, o índice ajuda a responder questões importantes como:
- Qual deve ser o preço final de venda para consumidor?
- A empresa está conseguindo os custos fixos?
- E os impostos inerentes à venda, está sendo possível arcar com eles?
- O lucro desejado está sendo alcançado em cada venda?
- Qual o limite de desconto é possível oferecer sem comprometer a margem de lucro mínima?
E como calcular o Markup?
Esse índice apresenta a relação entre custo de produção e o seu preço de venda. Existem dois tipos de Markup: Divisor e Multiplicador.
O markup divisor pode ser calculado através de uma equação com três variáveis:
- Markup = (100 – (DF+DV+ML))/100
Sendo DF as despesas fixas, DV as despesas variáveis e ML margem de lucro. Deve-se considerar todas essas variáveis em valores percentuais.
A partir desse primeiro cálculo podemos definir a precificação do produto ou serviço:
- Preço de venda = Custo de Produção/markup divisor
Para obtermos o valor do markup multiplicador iremos utilizar o valor do markup divisor:
- Markup = 1/markup divisor
E o preço pode ser obtido da seguinte maneira:
- Preço de venda = Custo da Produção x Markup Multiplicador
Os dois modelos devem chegar ao mesmo resultado, e para escolher qual usar depende apenas da sua preferência.
Feito essas contas, cabe aos gestores analisarem o volume de vendas dentro da faixa de valor, o preço que a concorrência pratica.
Saber identificar o preço fixo e variável dos custos da sua empresa é fundamental para manter a sua gestão organizada. Afinal, esse tipo de informação tem influência direta nos resultados, além de ser relevantes para a saúde da sua empresa.
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